Ao entrar numa piscina, o corpo humano sofre uma série de alterações em vários de seus sistemas. A simples imersão já provoca este efeito, que é ainda potencializado quando acrescenta-se atividade física.
A pressão hidrostática, que é a força que a água exerce ao redor de todo corpo submerso, é a grande responsável por estas alterações. Esta pressão aumenta com a profundidade, portanto os efeitos são maiores quando o indivíduo está em pé, e mínimos quando deitado em flutuação.
Efeitos cardiovasculares
Quando em imersão, a pressão hidrostática redistribui 700ml de sangue dos membros inferiores e aumenta o retorno venoso ao coração. O sangue é empurrado para cima como em uma meia elástica, indo dos pés para as coxas, abdomen, grandes vasos e coração.
Há um aumento de 60% do volume sanguíneo central, distendendo o coração. Este aumenta sua força de contração, ejetando cerca de 100ml/ batida, ao invés de 71ml/batida em repouso. Com este aumento, o débito cardíaco aumenta de 5 para 8l/minuto, resultando em EXERCÍCIO CARDÍACO.
Ocorre então o condicionamento: aumento do débito cardíaco com aumento do volume sistólico e baixa freqüência cardíaca.
Portanto, a piscina é um meio terapêutico seguro para reabilitação cardiovascular pós infartos, cardiomiopatias isquêmicas e hipertensão.
Efeitos pulmonares
Durante a imersão, somam-se os efeitos do aumento do sangue na caixa torácica, devido ao maior retorno venoso, com os efeitos de maior compressão pela pressão hidrostática.
Todos os volumes pulmonares são DIMINUÍDOS, já que a pressão hidrostática dificulta a expansão do tórax, diminuindo a complacência da parede torácica.
A troca gasosa também diminui, já que os capilares pulmonares encontram-se distendidos pelo maior volume sanguíneo que veio das extremidades para o abdômen.
Portanto há um AUMENTO DO TRABALHO RESPIRATÓRIO em 60%.
Efeitos renais
Com o aumento do retorno venoso, há um aumento do fluxo sanguíneo para os rins.
A distensão do coração faz o cérebro interpretar que há um aumento na pressão arterial e provoca uma resposta hormonal intensa visando equilibra-la.
Há um aumento na excreção de sódio e potássio, aumento na diurese (vontade de urinar), e um aumento da filtração renal, que vai de 1ml urina/min para 6-7 ml urina/ min.
Deste modo, há DIMINUIÇÃO NA PRESSÃO ARTERIAL durante a imersão.
Além dos benefícios que o exercício em piscina traz para o sistema músculo esquelético, adicionam-se o aumento no condicionamento cardiovascular, o maior trabalho respiratório e a maior atividade renal.
Ft. Letícia Crespi Kindermann