O objetivo da palestra Dançaterapia – corpo em movimento, mente tranquila, que aconteceu no dia 27 de fevereiro, foi apresentar a dançaterapia, esclarecer o que é esta proposta de movimento corporal e quais os benefícios que oferece para os praticantes.
O que é
Quando se fala em dança, muitas pessoas pensam: “não é para mim, não levo o menor jeito”. Isso porque as referências que fomos adquirindo ao longo da vida em relação à dança estão associadas a passos específicos, corpos habilidosos e muito ensaio.
Mas se substituirmos a palavra dança pela palavra movimento, o cenário começa a mudar. Movimento todo corpo tem, seja dentro ou fora, maior ou menor, e a ideia de simplesmente mover o corpo parece mais natural e possível. E se tivermos elementos que estimulem o corpo e facilitem a sua expressão, mais fácil ainda. Não é assim que acontece quando ouvimos uma música agradável e começamos a acompanhá-la, mexendo na cadeira? O corpo logo fica mais energético, e parece que uma emoção positiva toma conta da gente.
A dançaterapia é uma proposta de dança espontânea e criativa que acontece em grupo, onde o movimento é criado pelo praticante a partir de estímulos oferecidos pelo dançaterapeuta para que cada corpo possa se expressar, reconhecer-se e descobrir suas possibilidades e seus limites.
Isso significa que cada um pode se movimentar sem precisar seguir alguém, ou acompanhar uma sequência específica de passos, respeitando o fato de que cada corpo é de um jeito, tem a sua própria trajetória e se expressa de acordo com as suas sensações. Essa característica de não se limitar a uma técnica torna a dançaterapia uma atividade acessível a qualquer um e facilita o contato entre as pessoas, permitindo o encontro mesmo nas diferenças. Idades diferentes, corpos diferentes, trajetórias diferentes são bem vindas e ajudam a somar na experiência de todos.
Esta metodologia foi criada há 40 anos por Maria Fux, bailarina e coreógrafa argentina, que se dedicou a pesquisar movimentos que servissem de ponte para que qualquer corpo pudesse criar e se expressar.
Como acontece
Cada encontro está baseado em um estímulo, que pode ser uma palavra – mar, sim, vibração; uma forma – linhas, pontos, círculo, ou uma cor, algo que gere uma imagem que faça com que o corpo se movimente e se expresse. A música está presente, guiando o corpo e oferecendo elementos para que essa conversa não-verbal seja ainda mais rica. Aqui o movimento é a palavra.
Benefícios
O estilo de vida adotado nas grandes cidades vem estimulando em excesso nosso sistema racional e a linguagem verbal, esquecendo que nossa condição humana corporal inclui outros aspectos e precisa estar integrada para poder manifestar todo o seu potencial de maneira saudável.
A partir do corpo e através do movimento espontâneo podemos fazer esta integração e nos reapropriar de algo que é nosso, que está dentro de nós e que é fundamental para a manutenção da nossa saúde e da nossa qualidade de pessoa no mundo.
Através da dançaterapia ampliamos a qualidade de presença, já que a atenção está o tempo todo no corpo e na sua expressão, e não nos pensamentos, no que eu tenho que fazer depois.
Favorece uma boa integração corpo-mente, por conta da diversidade de estímulos que a linguagem corporal é capaz de acionar. É esta característica também que permite atingir um estado de relaxamento, fundamental para o equilíbrio humano e difícil de ser alcançado durante as atividades diárias repetitivas. Ajuda a sair dos movimentos habituais e desbloquear tensões de maneira prazerosa.
Permite descobrir novas habilidades e estimula potencialidades que todos temos através do movimento, como criatividade, leveza, força, equilíbrio, empatia.
Melhora a integração e comunicação com o outro, uma vez que a dança aproxima as pessoas.
Thais Alves
dançaterapeuta
